Sabemos que o design nos toca física, intelectualmente e emocionalmente e, portanto, devemos focar nos nossos sentidos para entender essas implicações e atender esta demanda. O uso de um conjunto de técnicas aliado a conhecimentos advindos da psicologia, das ciências cognitivas, da semiótica e da ergonomia pode reforçar e intensificar as intenções expressivas e controlar as respostas a serem alcançadas para que os elementos visuais ressaltem o conteúdo e a forma, permitindo controlar significados. Esses são alguns dos mecanismos que o designer porta quando desenvolve um novo produto industrial.
Denotativamente falando design significa, na língua inglesa: desenhar, projetar, assim como os substantivos desenho, esboço, plano, projeto, padrão, propósito, intenção. Com base nesses termos podemos concluir que o design é a síntese criativa de fatores e elementos, o conjunto de atitudes e comportamentos que se apresentam ao longo do processo de projetação de um produto industrial.
Enquanto o artista intenciona projetar um objeto de uso e o faz a seu estilo, o designer não tem um estilo definido e a forma final do seu objeto é um resultado lógico de uma projetação que visa resolver otimamente todos os problemas de um componente projetual: identificar oportunidades de projeto, investigar o perfil do usuário, escolher materiais mais adequados e técnicas mais justa de produção, rever questões de usabilidade através de ligações psicológica presentes nas ações que envolvem o produto, além de custos, exposição, enfim, se cercar de todos os aspectos do universo de um produto industrial.
Um produto de design durável não é guiado por tendências. O bom design resistirá ao tempo, enquanto as tendências perderão a importância rapidamente. O sucesso de um produto vai além da tecnologia e da moda. Para desenvolver produtos que durem ao longo do tempo, não somente no seu caráter físico, da matéria, mas também no seu estilo e funcionalidade, é preciso comunicar de forma clara e eficaz aos seus usuários, além de ter sua funcionalidade como primordial. É preciso fazer do design uma ferramenta e não um objetivo. Enfim, é preciso projetar com foco na emoção e com a intenção de proporcionar experiências agradáveis as pessoas.
Uma boa configuração formal de um produto, que atende seu objetivo comunicativo, está fundada na organização de seus atributos visuais. Portanto é necessário compreender como esses são escolhidos. Os modelos cognitivos não precisam ser cientificamente corretos, mas funcionalmente efetivos, já que as experiências diárias não seguem doutrinas cientificas ou regras da lógica formal.
Fazer um bom projeto de design não é fácil, fabricante, lojista, e usuário tem expectativas e intenções diferentes sobre o produto. Cabe ao designer fazer a ponte entre o usuário e a indústria, interpretando essas expectativas e transformando em oportunidades.
O designer é um projetista dotado de um sentido estético, que trabalha para a comunidade. O seu trabalho não é pessoal, mas de grupo: o designer organiza um grupo de trabalho segundo o problema que se deve resolver. Além de ser um profissional, com grandes habilidades perceptivas e sensibilidade para identificar oportunidade e soluções para os objetos do cotidiano. É um profissional multidisciplinar, capaz de transitar por várias situações de projeto desde uma simples borracha escolar a um luxuoso automóvel, a base projetual é a mesma. É aquela que leva o usuário em primeiro lugar.