Foi através da interface gráfica que a Internet conseguiu se espalhar pelo mundo, foi através dela que o computador rompeu a barreira dos ambientes científicos e chegou até os ambientes domésticos. A tecnologia da Internet, TV, cinema, vídeo, videoclipe, etc., trouxe mudanças na visualidade e no repertório visual humano.
A Internet permite projetar, produzir e criar no campo de design, através da interface gráfica (relação do usuário com o objeto) uma cultura material da interdisciplinaridade, da produção e da linguagem. Na web o receptor não fica passivo, ele pode montar seu espectro de informações de acordo com os seus interesses dentro da rede, acessando os infinitos assuntos disponíveis.
A configuração ou composição visual é o que estabelece a interface em um produto de design, aquilo que faz com que o usuário se sinta estimulado a prosseguir num caminho rumo ao desvendamento ou exploração de uma peça gráfica. A interface envolve a relação entre o ser humano e uma máquina, no caso o computador.
Num projeto bem resolvido estão presentes os elementos que facilitam o acesso ao conteúdo, elementos que compõe uma imagem e uma linguagem. Campos esses de interesse da psicologia da percepção formais e visuais, que vem a contribuir para a assimilação da informação e auxiliar o usuário em seus modelos mentais para resolução da tarefa.
O design digital possibilita uma nova interface e de linguagem dos novos meios de apresentar a imagem, o som, o movimento, os hipertextos, os hiperlinks, os cenários e os ambientes virtuais, as opções de acesso e a não linearidade, através da liberdade ao se percorrer caminhos diversos possibilitados pelo que se denominou navegação. (Moura, 2003, pg 125).
A mídia digital possibilita a união dos conceitos de expressão e criação nas linguagens bi, tridimensionais e em movimentos com associações de sons, imagens estáticas e em movimento, animação e modelação de objetos, vídeos, fotos, textos e hipertextos, navegação, cenários e ambientes imersivos e virtuais.
É de responsabilidade do designer digital pensar, conceber, visualizar, propor as relações que se estabelecem na interface e estar atento às mudanças na percepção, no espaço retinal, na sensibilidade humana, nos novos procedimentos e necessidades para o usuário e a sociedade como um todo.
São características dos projetos digitais a repetição, a colagem, os fragmentos citados e acumulados, as ilustrações, a possibilidade de associação de diversas imagens numa composição fluída e aquarelada em fusão, a expressividade, os grafismos variados, os ruídos da imagem ou do próprio meio, a representação da representação, a solarização, as diversas texturas, a colorização, a ampliação e a redução da imagem, gerando diversas sobreposições e espaços dentro de um mesmo espaço. Ainda podem fazer parte desses trabalhos, as distorções e metamorfoses, a interferência, os deslocamentos, os movimentos, as rotações, janelas, zoom in e out. e, como características de importância, estão presentes as relações entre as imagens de todos os tempos e culturas e o entrelaçamento dos conceitos de criação da linguagem plástico / gráficas, da linguagem bi e tridimensional, da animação, da fotografia, da música e do cinema. (Moura, 2003, pg. 127).
Na web a psicologia do pensamento e da cognição humana tenta explicar como a mente funciona e auxiliam os designers a desenvolver projetos levando em consideração o usuário. É papel do designer é de deixar claras as operações, de projetar uma boa imagem da operação e de tirar proveito das coisas que se pode esperar que as pessoas saibam, ou seja, desenvolver um bom modelo conceitual. Ele nos permite prever os efeitos de nossas ações, sem ele operamos as cegas. Um bom mapeamento da ação aproveita as analogias físicas e os padrões culturais para se conduzir a compreensão imediata da ação e da informação.
Os modelos mentais, nossos modelos conceituais da maneira como os objetos funcionam, os acontecimentos têm lugar ou as pessoas se comportam, resultam de nossa tendência a formular explicações para as coisas. Esses modelos são essenciais para nos ajudar a compreender nossas experiências, prever os resultados de nossas ações e lidar com as ocorrências inesperadas. Baseamos nossos modelos em qualquer conhecimento que tenhamos, seja ele real ou imaginário, ingênuo ou sofisticado. Os modelos mentais costumam ser construído a partir de indicações fragmentárias, com apenas uma compreensão sofrível do que está acontecendo, e com uma espécie de psicologia ingênua que postula motivos, causas, mecanismos e relacionamentos, mesmo onde eles não existem. (Normam, 2006. p. 62)
Um portal transmite mensagens a diferentes receptores que procuram decodificá-las. É a comunicação, portanto, o fator primordial.s e a homepage não estiver bem diagramada, se o conteúdo não for atualizado, se o download da página for demorado,s e as cores não forem apropriadas,s e a informação não estiver sendo facilmente encontrada pelo usuário, a comunicação estará sendo prejudicada e o site considerado deficiente.
Um projeto gráfico digital de sucesso deve basear-se em procedimentos para a construção de uma interface, centrada em diretrizes de usabilidade, fundamentando-se em uma condição: a de uma comunicação apropriada, que seja integrada ao repertório do usuário, possibilitando uma codificação e decodificação eficientes dos conteúdos dos sites, o que evidencia o comprometimento do embasamento em teorias da percepção visual.
Nenhum comentário:
Postar um comentário